Zona de Azar Brasil – Brasil: Regulamentação das Apostas não é Função do Banco Central
Brasil.- 9 de Outubro de 2024 www.zonadeazar.com Durante sabatina realizada hoje, 8 de outubro, Gabriel Galípolo, indicado à presidência do Banco Central pelo presidente Lula, admitiu ter tido uma desconfiança inicial com os dados apresentados pela instituição e afirmou que a regulamentação do setor não é papel da autarquia.
De acordo com Galípolo, cabe à autoridade monetária apenas analisar o impacto das apostas e jogos on-line na economia do país. “Eu confesso aqui que, nas primeiras reuniões, quando os números me foram apresentados, eu tive uma grande desconfiança. A cada reunião aqueles números iam se confirmando até chegar no montante que ficou público no estudo que o Banco Central fez”.
“O Banco central não tem qualquer atribuição sobre a regulamentação de jogos e apostas, nossa função é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo, endividamento das famílias e como a gente consegue explicar a relação entre atividade econômica, despesas e o impacto na inflação”, acrescentou Galípolo durante a sabatina.
Essa é a primeira vez que é realizada uma votação para o comando do Banco Central desde que a autonomia da autarquia entrou em vigor, em 2021.
Estudo do Banco Central foi questionado por profissionais da indústria
Vale lembrar que o estudo realizado pelo Banco Central não divulgou notas técnicas e foi contestado por executivos e especialistas da indústria de apostas. De acordo com a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), a análise não levou em consideração o valor devolvido pelas operadoras em prêmios. De acordo com a associação, o valor gasto por apostadores ficou na casa de R$ 450 milhões, cerca de 6 vezes menos do que os R$ 3 bilhões divulgados pelo Banco Central.
Estudo motivou reunião interministerial
O estudo fez com que o presidente Lula convocasse uma reunião no Palácio do Planalto para discutir sobre o mercado de apostas e jogos on-line. A reunião contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Nísia Trindade (Saúde) e Ricardo Lewandowski (Justiça).
Nela, Lula ressaltou a importância de tratar o vício em apostas como questão de saúde pública. “Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem. E nós achamos que isso tem que ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, as pessoas estão viciadas”.
A ideia de suspender o pagamento de apostas com o cartão do Bolsa Família, no entanto, não foi colocada em prática. De acordo com Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, “O público do Bolsa Família é protegido com a suspensão das bets ilegais e com o pente-fino que será feito nas empresas autorizadas. Por enquanto, não está suspenso o uso do cartão do Bolsa Família”.
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