A Economia Paralela das Apostas Ilegais: Um Risco Invisível ao Consumidor

Brasil.- 17 de Setembro 2025 www.zonadeazar.com Enquanto o Brasil avança na regulamentação do setor de apostas, um inimigo silencioso e persistente ameaça não apenas o consumidor, mas também a saúde financeira do segmento e o equilíbrio da economia nacional: o mercado clandestino.

A campanha “Chega de Bode na Sala”, do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), tem como principal objetivo alertar a sociedade sobre os riscos envolvendo as casas de apostas on-line não regulamentadas. Desde 31 de agosto, a campanha vem sendo veiculada em múltiplas frentes, de programas de TV a espaços de grande circulação como aeroportos. Um dos destaques é o Betalert, plataforma que permite ao consumidor verificar rapidamente se a casa de apostas utilizada é devidamente regulamentada. Em tempos de proliferação de sites irregulares, que já concentram mais da metade da atividade de apostas no país, trata-se de uma ferramenta essencial para garantir segurança nas escolhas.

Apesar disso, o problema persiste. Essas plataformas ilegais ressurgem quase instantaneamente com novos domínios, contornam bloqueios e operam sem punição, o que expõe a fragilidade do sistema. O impacto é real e recai sobre o consumidor desprotegido, que fica vulnerável a fraudes, manipulação de resultados e ausência de garantias legais. Além disso, a ilegalidade afronta o Estatuto da Criança e do Adolescente e outras normas de proteção à infância, já que menores de idade têm acesso facilitado às plataformas, tema abordado inclusive no conteúdo mais recente da campanha do IBJR.

A regulamentação, por si só, não é suficiente para conter o avanço das apostas ilegais. É necessário aplicar fiscalização constante, ampliar a cooperação internacional para bloqueio de sites e transações financeiras e investir em campanhas de educação da população. O maior beneficiado por esse processo de fortalecimento regulatório é o próprio cliente, que passa a contar com um ambiente mais justo, transparente e seguro.

Por outro lado, o mercado regulado já mostra sinais de maturidade, embora ainda seja recente. Atualmente, são mais de 181 casas de apostas autorizadas pelo Ministério da Fazenda. Essas empresas têm se comprometido com práticas de jogo responsável, investindo em tecnologia, transparência e iniciativas voltadas à saúde mental dos usuários. Algumas oferecem suporte psicológico gratuito em parceria com instituições acadêmicas e disponibilizam ferramentas para que o jogador estabeleça limites de tempo e valores, promovendo um entretenimento mais consciente.

O setor de apostas no Brasil cresce em ritmo acelerado e o país caminha para se tornar um dos maiores polos globais da indústria. Diante desse cenário, não há escolha: o futuro só pode ser construído a partir de um mercado regulado.

É a regulação que garante sustentabilidade, arrecada cerca de 760 milhões de reais por mês em impostos, gera mais de 60 mil empregos diretos, protege os consumidores e assegura que princípios éticos estejam sempre acima de qualquer cifra. Fora disso, o que existe é um ambiente predatório que mina a confiança, enfraquece a economia e prejudica toda a sociedade.

O jogo responsável já se consolidou como prática essencial para um entretenimento saudável. Cabe à sociedade civil, ao governo e às empresas autorizadas atuarem em conjunto para fortalecer esse caminho e construir um mercado lembrado por sua contribuição efetiva ao país. Ignorar o mercado clandestino é comprometer o futuro do setor e da economia. Enfrentá-lo com inteligência, coordenação e coragem é o único caminho para garantir que o jogo seja, de fato, uma aposta justa para todos.

Por João Gerçossimo

CEO da EstrelaBet

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