Zona de Azar EUA – Principais Empresas de Apostas Violam Regras de Marketing nas Redes Sociais
EUA. – 4 de Setembro de 2024 www.zonadeazar.com Um novo estudo revela que as quatro marcas líderes de apostas online podem estar violando sistematicamente as regulamentações de marketing autoimpostas pela indústria.
Durante uma semana neste verão, pesquisadores da Universidade de Bristol analisaram mais de 1.000 publicações da BetMGM, DraftKings, ESPN Bet e FanDuel no Facebook, Instagram, X e TikTok, descobrindo que 75% do conteúdo orgânico não incluía mensagens de apoio sobre o jogo problemático ou números de ajuda.
O estudo conclui que as regras estabelecidas pela American Gaming Association (AGA), um grupo de pressão da indústria de jogos, “não estão sendo seguidas” pelos operadores nas redes sociais.
A AGA rejeitou os resultados, qualificando-os como uma “interpretação irresponsável”. As apostas cresceram rapidamente nos EUA, com 38 estados e Washington D.C. legalizando as apostas esportivas, o que levou os operadores a utilizarem as redes sociais para fomentar sua expansão.
“Parece que eles farão qualquer coisa para que as pessoas se registrem”, observou Raffaello Rossi, professor de marketing na Universidade de Bristol, destacando que as quatro empresas publicaram, em média, 237 posts diários nas redes sociais. “Essa exposição constante normaliza o jogo, aumentando a participação e o risco entre grupos jovens e vulneráveis”.
A equipe da universidade revisou 1.353 publicações dessas empresas entre 29 de julho e 4 de agosto, visualizadas quase 29 milhões de vezes. Destas, 1.012 “podem violar as regulamentações” do código de marketing responsável da AGA.
Durante o mesmo período, foram identificados 310 anúncios pagos nas redes sociais, que cumpriam o código da indústria. FanDuel e BetMGM não comentaram, enquanto DraftKings e ESPN Bet não responderam.
A AGA mostrou-se “satisfeita” com o fato de todos os anúncios pagos estarem em conformidade com o seu código. “No entanto, categorizar todas as publicações nas redes como anúncios ignora os princípios básicos da comunicação de marca”, disse Joe Maloney, vice-presidente sênior da AGA.
O código cobre a “publicidade de serviços de apostas esportivas com dinheiro real”, mas só considera uma publicação nas redes como abrangida se vincular diretamente a um serviço de apostas com dinheiro real.
Por exemplo, a conta da FanDuel Sportsbook no X publicou sobre a eliminação do tenista Botic van de Zandschulp por Carlos Alcaraz no US Open, mencionando um ganho de US$ 19.000, mas sem vínculo direto com a plataforma da FanDuel ou mensagens de ajuda.
“Os operadores de apostas, como outras indústrias, compartilham conteúdo relevante para manter o reconhecimento de marca sem promover ofertas específicas”, explicou Maloney. “Descrever a disseminação de fatos esportivos ou tópicos de discussão como publicidade aplicável ao nosso código é uma interpretação irresponsável.”
Maloney defendeu as práticas de publicidade responsável de seus membros e destacou o compromisso deles com altos padrões industriais, fortalecendo a confiança do consumidor.
O código de marketing da AGA, publicado em 2019, foi atualizado em março de 2023 e inclui diretrizes para que as mensagens dos operadores em mídias digitais, incluindo redes sociais, cumpram com suas disposições. O código enfatiza a inclusão de mensagens de jogo responsável e números de ajuda em cada mensagem, quando possível.
Os pesquisadores da Universidade de Bristol encontraram que 1.012 publicações das quatro empresas careciam dessas mensagens. “As publicações nas redes claramente são vistas como publicidade, patrocinadas ou não”, disse Rossi, argumentando que o objetivo é promover a marca.
O estudo sugere medidas como uma legislação federal para garantir uma regulamentação consistente dos anúncios de apostas e um guia detalhado sobre o código da AGA. Maloney respondeu que os operadores legais já cumprem com as regulamentações estaduais e os padrões federais de publicidade, alertando que uma regulamentação federal poderia dificultar a capacidade dos estados de adaptar políticas conforme o seu mercado e fortalecer o mercado ilegal.
Editou: @MaiaDigital www.zonadeazar.com