Google Bloqueia mais de 108 Milhões de Anúncios de Apostas On-Line

EUA.-  22 de Abril de 2025 www.zonadeazar.com O Google tem intensificado seus esforços para impedir golpes publicitários por meio de atualizações em suas ferramentas de inteligência artificial.

No ano passado, a empresa revelou que removeu mais de 5,1 bilhões de anúncios fraudulentos, restringiu 9,1 bilhões de anúncios e suspendeu 39,2 milhões de contas de anunciantes — tudo graças às melhorias aplicadas em seus modelos de linguagem de grande escala, como reportado pelo Payment Expert.

Dos 9,1 bilhões de anúncios que foram restringidos em 2024, 268,3 milhões estavam relacionados a fraudes em serviços financeiros. Outros tipos de anúncios restritos incluíram exigências legais (428,8 milhões, o golpe mais comum), jogos e apostas (108,9 milhões) e direitos autorais (115,1 milhões).

A gigante da tecnologia fez 50 atualizações nesses modelos com o objetivo de identificar agentes mal-intencionados que usam anúncios como meio para enganar e aplicar golpes em consumidores.

Segundo o Google, o aumento nas táticas abusivas tanto em inteligência artificial quanto em fraudes, além de eventos globais, contribuiu para a ascensão dos golpes publicitários. A empresa afirmou que precisou se adaptar e manter agilidade constante diante desse novo cenário.

Embora esses dados se refiram apenas aos Estados Unidos, o aumento nos golpes publicitários costuma ser um subproduto da fraude por pagamento autorizado (APP, na sigla em inglês), que ganhou ainda mais importância no Reino Unido, onde também tem crescido nos últimos anos.

De acordo com os dados do Google, 193,7 milhões de anúncios de serviços financeiros foram bloqueados ou removidos em 2023, tornando-se a quinta categoria mais atingida pelas soluções de IA da empresa.

O Google atribui grande parte dessa prevenção às melhorias em seus modelos de linguagem de grande escala, que identificam golpes publicitários em tempo real e processam soluções de forma muito mais rápida e eficiente do que processos manuais.

A empresa destacou a importância da inteligência artificial como ferramenta antifraude em seu Relatório de Segurança de Anúncios 2024, explicando como os avanços nesses modelos estão combatendo “fraudes em larga escala”.

O relatório afirma: “Os modelos de linguagem de grande escala não apenas aprimoraram a aplicação das políticas, como também melhoraram nossa capacidade de agir de forma mais proativa do que nunca para impedir abusos. Essas ferramentas impulsionadas por IA aceleram investigações complexas, ampliando nossa habilidade de descobrir e impedir redes de agentes mal-intencionados e reincidentes.

“Esses esforços preventivos impediram que bilhões de anúncios que violam as políticas fossem exibidos ao consumidor, ao mesmo tempo em que garantiram que empresas legítimas pudessem divulgar seus anúncios de forma rápida aos clientes em potencial. Um dos modos como fazemos isso é combatendo fraudes publicitárias em escala, utilizando sinais como falsificação de empresas e dados de pagamento ilegítimos como indicativos iniciais de possíveis danos ao consumidor.

“Durante todo o ano de 2024, continuamos investindo na interrupção precoce dessas fraudes já no processo de criação da conta, o que nos permitiu impedir a veiculação de inúmeros anúncios nocivos. Para contextualizar: suspendemos mais de 39,2 milhões de contas no total, sendo que a grande maioria foi suspensa antes mesmo de exibir qualquer anúncio.”

Google continua a querer vetar aplicativos de casas de apostas na plataforma

O Google reiterou sua política de proibir aplicativos de apostas na Play Store, permitindo apenas apps de loterias da Caixa Econômica Federal e de corridas de cavalos. Essa decisão contraria os interesses de empresas de apostas esportivas licenciadas no país, que buscam maior visibilidade nas plataformas digitais.

Representantes do setor têm discutido a decisão do Google com o Ministério da Fazenda, e a Associação Brasileira de Bets e Fantasy Sport (ABFS) solicitou formalmente apoio para reverter essa política. A entidade argumenta que a permissão de aplicativos nas lojas oficiais criaria uma distinção clara entre serviços legais e ilegais, aumentando a confiança dos usuários e potencialmente o faturamento do setor, segundo informações do Estadão.

As redes sociais seguirão o mesmo caminho?

Como já mencionado, a fraude por pagamento autorizado (APP) tem se tornado uma das formas de fraude que mais crescem tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido, com muitos golpistas publicando anúncios de produtos ou serviços fraudulentos nas redes sociais.

Um relatório recente da Revolut destacou que as plataformas de redes sociais se tornaram o ambiente preferido dos golpistas para veicular anúncios enganosos. Segundo o documento, 54% de todos os casos de fraude reportados ao banco digital britânico vieram de plataformas pertencentes à Meta, como Facebook, Instagram e WhatsApp.

Essa situação tem gerado preocupações frequentes em instituições financeiras como a própria Revolut, que vêm pedindo aos reguladores do Reino Unido que obriguem as redes sociais a dividir a responsabilidade por essas atividades fraudulentas.

Essas reivindicações foram feitas por prestadores de serviços financeiros em outubro do ano passado, quando o Payment Systems Regulator introduziu novas regras sobre fraudes APP, determinando que o valor perdido fosse dividido igualmente entre pagador e recebedor, com um limite de £85 mil.

Embora as redes sociais ainda não estejam sujeitas às regras britânicas sobre fraudes APP, o Relatório de Segurança de Anúncios 2024 do Google evidencia os benefícios que a inteligência artificial pode trazer para prevenir anúncios fraudulentos antes mesmo de atingirem seu público.

Editó: @_fonta www.zonadeazar.com

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